11 setembro 2012

O nine eleven

E uma das últimas vezes, senão mesmo a última vez, que me sentei com ela numa mesa de café. Vimos tudo através do ecrã pequeno, lá ao fundo, longe da nossa mesa. Ouvimos os primeiros comentários à nossa volta. E ainda hoje me dá vontade de rir com as coisas que a tia dela disse naquele momento. Não ligamos patavina ao assunto. Afinal, eu tinha acabado de tirar a carta e a ideia de ir levá-la ao liceu, fazer de carro um percurso que a pé demorava menos de dez minutos, era muito mais importante para ambas. E ela dizia: "para o ano sou eu e depois ando com o twingo da minha mãe..."; a mãe dizia mazé para termos juízo e mais umas quantas coisas traduzidas em precauções e cuidados pelo facto de ter a carta desde a semana anterior. Ao mesmo tempo, acrescentava: "ai que pro ano é a minha I. Não tarda é a vez dela". Um tarda que nunca chegou.

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